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segunda-feira, 1 de outubro de 2018
RIOVERDEMS | Por PORTAL RIOVERDE NOTICIAS

Farinha de grilo e barrinhas de besouros: estes brasileiros apostam em insetos como alimento


Nutritivos, acessíveis e mais sustentáveis. Diante da demanda de mais de nove bilhões de pessoas por comida prevista para 2050, estes atributos colocam qualquer alimento na ordem do dia em um debate global sobre nutrição.
Essas caraterísticas têm levado a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO, na sigla em inglês) à valorização de um tipo de alimento que enfrenta grande resistência cultural no Ocidente: os insetos, cuja ingestão ganha o nome de "entomofagia".
Pelo mundo, no entanto, surgem exemplos de que esta resistência - apontada como um obstáculo pela própria FAO em um relatório de 2013, um marco na tendência da entomofagia - está diminuindo. Em maio, a rede Carrefour lançou na Espanha uma linha de dez produtos com insetos entre os ingredientes, como granola e macarrão.
Startups também vêm surgindo nesse nicho, como a Bugfoundation, da Alemanha, que produz hambúrgueres de larvas, ou a Chirps, nos EUA, que vende biscoitinhos salgados de grilos. Há até uma vertente do veganismo que inclui a ingestão de insetos, o chamado entoveganismo.
Pelo Brasil, há também pesquisadores e empreendedores que apostam na nova onda dos insetos, preparando produtos como barras proteicas de larvas de besouro e grilos banhados em chocolate. Para eles, a entomofagia vai muito além de experiências pontuais exóticas e pode, na verdade, vir a ser um mercado de grande escala - mas nisso, dizem, o país está atrasado.Se no mundo, de acordo com a FAO, insetos fazem parte do cardápio de cerca de 2 bilhões de pessoas, o Brasil não tem a tradição de comer insetos como, por exemplo, países da Ásia.
Mas, por aqui, há algumas tradições pontuais. É o caso do consumo de formigas içás ou tanajuras - que já ganharam até festivais em Tianguá, no Ceará, ou Silveiras, em São Paulo. Ou ainda do consumo das formigas maniwara na Amazônia, que remete a tradições indígenas do Alto Rio Negro.
Larvas de bicho-da-seda em prato típico da TailândiaDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionLarvas de bicho-da-seda em prato típico da Tailândia; em países ocidentais, a entomofagia enfrenta resistência cultural
Para Eraldo Medeiros Costa Neto, etnobiólogo que se dedica há anos ao estudo sobre a relação entre humanos e insetos, a questão cultural é ainda a barreira que impede o Brasil de chegar ao seu potencial na entomofagia.
"Grande parte da população associa os insetos a pragas, a algo nojento. Mas uma vez que essa barreira cultural seja ultrapassada, o Brasil poderia ser uma potência por suas riquezas naturais", diz Neto, professor na Universidade Estadual de Feira de Santana. "Ainda temos pouco conhecimento sobre insetos comestíveis no Brasil. É preciso fazer uma espécie de inventário e muita pesquisa".
Como no mundo todo, porém, os brasileiros podem estar comendo insetos sem saber: um dos corantes mais usados na indústria, o carmim, é feito a partir de insetos chamados cochonilhas."Em 20, 30 anos, acredito que produtos feitos com insetos estarão em grande escala nos supermercados. Mas trabalhamos para que este segmento seja lucrativo e viável no presente. Se não for um negócio para hoje, ele não vai acontecer: já estamos muito atrasados em relação a outros países."

Proteínas: em quantidade e qualidade

No ramo da pesquisa, a doutoranda Ariana Vieira Alves também está prestes a concluir a elaboração de uma barra proteica feita da larva de um besouro do gênero Tenébrio.
"É um inseto de fácil criação, com um ciclo de vida curto, tornando-o bastante viável para a produção", aponta Alves, que estuda tecnologia ambiental na Universidade Federal da Grande Dourados.
"Diferente de outras carnes como a de boi, você consegue modificar bastante (a constituição nutricional) o inseto dependendo do que ele come, onde vive. Sempre digo que o inseto é como um elo entre o animal e o vegetal: é rico em proteínas como o primeiro, não só no teor mas na qualidade, só que com menos gorduras saturadas".
segunda-feira, 1 de outubro de 2018

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