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segunda-feira, 1 de outubro de 2018
RIOVERDEMS | Por PORTAL RIOVERDE NOTICIAS

A manifestação histórica liderada por mulheres foi o maior protesto de mulheres na história do Brasil


A manifestação #EleNão em repúdio ao candidato a presidente Jair Bolsonaro, que se espalhou por cidades brasileiras neste sábado, foi a maior manifestação de mulheres na história do Brasil. Foi também uma das maiores manifestações contra um candidato, independentemente das mulheres. As afirmações são de Céli Regina Jardim Pinto, autora do livro Uma história do feminismo no Brasil e professora do Departamento de História da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).O número total de pessoas que participaram das manifestações é incerto - a Polícia Militar não divulgou estimativas de público nas principais cidades, como costumava fazer durante as manifestações pró e contra o impeachment de Dilma Rousseff.
Segundo o G1, 114 cidades em 10 estados tiveram manifestações contrárias a Bolsonaro. Também houve atos em diferentes cidades do mundo, como Nova York, Lisboa, Paris e Londres. As maiores manifestações aconteceram em São Paulo e no Rio de Janeiro. Por imagens aéreas dos atos, cálculos que consideram a área ocupada pelos manifestantes produzem estimativas do número de presentes em uma análise conservadora e não científica: chega-se a cerca de 100 mil pessoas no Largo da Batata, em São Paulo, e 25 mil na Cinelândia, no Rio, no momento de pico.
Não se sabe se a manifestação terá impacto nas eleições. Bolsonaro lidera as pesquisas de intenção de voto, com 28%. Desde o início da campanha, o candidato teve trajetória de crescimento. Tinha 20% no final de agosto, foi para 22%, então 26% - dados do Ibope. Em 18 de setembro, chegou aos 28%, onde estacionou. Também no sábado, ocorreram manifestações de apoio a Bolsonaro, mas em menor escala. Neste domingo, 30, manifestantes a favor do candidato do PSL se reúnem na avenida Paulista, em São Paulo.
A BBC News Brasil destaca abaixo quatro ângulos importantes para entender o #EleNão.Além de ter menos votos de mulheres, Bolsonaro é mais rejeitado por elas. Ainda segundo o Datafolha, 52% das mulheres dizem que não votam no ex-capitão do Exército de jeito nenhum. Entre os homens, o percentual é de 38%.
Assim, as mulheres representam a maior pedra no sapato de Bolsonaro em um possível segundo turno. "Se Bolsonaro conseguir 30% dos votos das mulheres, ele vai precisar de 70% dos votos dos homens para vencer. Fica difícil", exemplificou o cientista político Bruno Wanderley Reis, da Universidade Federal de Minas Gerais, em entrevista para a BBC News Brasil.
A designer Isabela de Oliveira, que também se juntou ao #EleNão no Rio, diz esperar que os protestos de sábado levem mais mulheres a rejeitar Bolsonaro: "Espero que sirva para as pessoas sentirem coragem de lutar contra ele. Porque vejo muitas pessoas pouco politizadas ou resignadas, e vendo essas massas na rua contra ele, espero que possam parar para pensar".
Torcidas reunidas em manifestação contra BolsonaroDireito de imagemREPRODUÇÃO
Image captionTorcedores de times rivais se juntaram contra Bolsonaro em manifestação | Esquerda Vascaina/Facebook/Reprodução

3) Manifestação mais à esquerda, mas que englobou todo o espectro político

Para Céli, o movimento #EleNão reuniu principalmente manifestantes de esquerda ou centro-esquerda. "Mas cabem outras bandeiras", diz ela.
De fato, embora predominassem os simpatizantes da esquerda, diferentes grupos também ocuparam as ruas no sábado: de anarquistas a torcidas organizadas de futebol, evangélicos e "policiais contra o fascismo" - há fotos e vídeos desse último grupo no Rio, em Recife e em Natal. Em São Paulo, uma mulher segurava um cartaz que dizia "sou policial e #elenão me representa". Outro cartaz dizia: "Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito. Ele nunca".
No Rio, um grupo denominado "Torcedores Pela Democracia" uniu apoiadores de clubes rivais: Vasco, Flamengo e Fluminense, entre outros.
Houve até quem segurasse um cartaz nos protestos que dizia "sou coxinha, mas não sou fascista #elenão".
No protesto que aconteceu no Rio, a estilista Daniela Sabbag disse ser contrária a Bolsonaro, mas também afirmou não ser eleitora do PT - embora tenha admitido que votará no partido caso tenha que escolher entre Haddad e Bolsonaro no segundo turno.
"Bolsonaro representa tudo que não quero para o Brasil. Além de falar as besteiras que ele fala, é despreparado, age no feudo dele, não tem representatividade", considera. "O que eu quero é a terceira via. Quero alternância política. Não quero o PT também. Mas não voto nele (Bolsonaro) de jeito nenhum, e voto no PT se tiver que ser."
Manifestante com cartaz atrás dizendo "policiais antifascismo" em protesto contra BolsonaroDireito de imagemAFP
Image captionGrupos de "policiais antifascismo" se juntaram contra Bolsonaro no Rio, onde essa foto foi tirada, Recife e Natal
Dandara Jesuine, mestranda em ciência política que aderiu ao movimento no Rio, ressaltou a presença de movimentos e pessoas com perfis muito diversos no protesto - de artistas da Globo a removidos de favelas cariocas.
Para ela, a adesão a Bolsonaro foi uma reação ao crescente engajamento de minorias e sua mobilização contra sexismo, racismo e homofobia. "Estamos vendo um terceiro movimento, com esses grupos reagindo porque estão horrorizados com os valores que ele defende", diz. "Isso não é um movimento coeso. Mas as pessoas estão juntas para afirmar que não dá para deixar a extrema-direita crescer."
Céli diz que mesmo com uma composição mais variada de eleitores no #EleNão, o que importa agora é observar como a manifestação vai se refletir na composição dos votos. "Quem foi para a rua não votava no Bolsonaro. A questão é saber como esse movimento refletiu em quem não foi para rua. Tem coisas na política que são bem tradicionais e que pesam muito - primeiro o boca a boca. Qual impacto isso vai ter na intenção de voto?", questiona.
Mulheres em ato contra BolsonaroDireito de imagemAFP
Image captionMovimento surgiu nas redes sociais e teve adesão de artistas como Madonna

4) Redes sociais foram fundamentais na organização do movimento

O #EleNão saiu das redes sociais para as ruas. A ideia teria surgido no grupo de Facebook Mulheres Unidas Contra Bolsonaro, que tem hoje 3,88 milhões de membros. A partir daí, o movimento se espalhou pelas redes. Mulheres, anônimas e famosas, brasileiras e estrangeiras, começaram a postar a hashtag nas redes sociais - entre elas, a cantora Madonna. Homens também aderiram.
"As redes sociais foram importantes na popularização do feminismo, principalmente o feminismo jovem", diz Céli.
Essa não foi a primeira vez que as redes sociais impulsionaram movimentos feministas no Brasil. Em março de 2014, surgiu uma das primeiras hashtags feministas nacionais, a #NãoMereçoSerEstuprada. Em 2015, foi a vez de #PrimeiroAssédio e #MeuAmigoSecreto. No final do ano passado, o #MeToo viralizou fora do Brasil e também aportou por aqui.
Manifestação contra Bolsonaro em Londres
Image captionManifestantes se reuniram em Londres e outras cidades da Europa, como Paris e Lisboa, contra Bolsonaro
A diferença é que essas demais campanhas eram movimentos puramente de redes sociais, enquanto o #EleNão convocou protestos em todo o país e foi capaz de reunir mais de 100 mil mulheres.
"Viemos para dizer que estamos aqui, que as mulheres estão unidas. Chegamos a um momento em que todo mundo tem que se unir, independente do partido", disse Aline Jerê, chef de cozinha, que participou do #EleNão no Rio junto com a namorada.
"Foi um movimento no qual as mulheres, que historicamente são apagadas, tomaram a frente. Estamos mudando isso", falou a estudante Yuri Rodrigues, uma mulher trans.
segunda-feira, 1 de outubro de 2018

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