MS será piloto em projeto de R$ 11,9 bilhões para vigilância da fronteira
O VANT Hermes 450 da Elbit Systems atualmente em testes na FAB
O Ministério da Defesa finaliza programa de R$ 11,9 bilhões para
reforçar a vigilância nas fronteiras. O Sisfron (Sistema Integrado de
Monitoramento de Fronteiras), que prevê o emprego de armas e
equipamentos desenvolvidos com novas tecnologias de defesa, começa a ser
implantado nesse semestre, com projeto piloto nos 650 quilômetros que
dividem Mato Grosso do Sul do Paraguai e da Bolívia.
Desde fevereiro do ano passado, quando foi lançado o plano do
Ministério das Relações Exteriores, é o segundo programa de vigilância
da fronteira preparado pelo governo. Em julho de 2011 a presidente Dilma
Rousseff lançou o Sisfron, coordenado pelo Ministério da Justiça em
parceria com o Ministério da Defesa em ações repressivas e preventivas
numa primeira etapa, com desdobramento agora com cobertura de radares em
toda a linha de fronteira por meio de sinais de satélites
geoestacionário e ótico e aeronaves não tripuladas.
Neste semestre, devem ser conhecidos os detalhes técnicos do projeto
piloto que será lançado na fronteira de Mato Grosso do Sul. Serão
instalados 12 radares, cada um com alcance de 60 quilômetros, ligados à
4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada, em Dourados, e ao quartel-general do
CMO (Comando Militar do Oeste), em Campo Grande.
O Orçamento Geral da União de 2012 aloca R$ 172,8 milhões para o
sistema de radares do projeto piloto. Essa fase experimental será a
primeira iniciativa de integração das diversas plataformas de
vigilância, dos radares aos Vants (veículos aéreos não tripulados) com o
centro de comando. Dependendo dos resultados, o modelo será adotado nos
outros 16 mil quilômetros de fronteira.
Indústria bélica - A edição de IstoÉ/Dinheiro que
circula nesse fim de semana traz a expectativa da indústria bélica
diante do programa bilionário de reestruturação das Forças Armadas.
Segundo a revista, a decisão do governo brasileiro provocou uma onda
de fusões e associações de empresas do setor bélico. A Embraer Defesa e
Segurança, a maior do setor, comprou a fabricante paulista de radares
Orbisat e 50% do controle da Atech, especializada em integração de
sistemas e responsável pelo projeto básico do Sisfron, concluído em
dezembro. A empresa de São José dos Campos também integrou joint venture
com a gaúcha AEL Sistemas, subsidiária da israelense Elbit, para criar a
Harpia, que desenvolve Vants nacionais.
Para permitir novas associações e participação da indústria bélica
estrangeira no plano, o governo criou a Empresa Estratégica de Defesa. A
francesa Thales anunciou em dezembro parceria com a construtora Andrade
Gutierrez na área de defesa, segurança aeroespacial e transportes, para
atuar no desenvolvimento das tecnologias que serão empregadas até 2022
no Sisfron. Cerca de 30 indústrias nacionais estão hoje capacitadas para
fornecer equipamentos e tecnologias para o Sisfron. A Odebrecht também
já criou sua divisão de defesa e segurança.
sábado, 14 de janeiro de 2012