Troca de MS por MT em filme de Wagner Moura provoca manifesto na Assembleia Legislativa

 

 
Nas telas desde a sexta-feira passada, o filme Vips – histórias reais de um mentiroso, estrelado por Wagner Moura, já motivou um manifesto por aqui. Não quanto à qualidade do filme e, sim, por um erro notado com frequência pelos sul-mato-grossenses. Numa cena da trama, o ator viajaria para Mato Grosso do Sul, mas compra uma passagem para Cuiabá, a capital do vizinho Mato Grosso. Isto é, o público é induzido a acreditar que os estados de MS e MT integram um mesmo território.
O manifesto crítico surgiu por meio de uma moção de protesto solicitada na sessão desta quarta-feira pelo deputado estadual Paulo Duarte, do PT.
“A Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso do Sul manifesta seu protesto aos produtores e distribuidores do filme Vips, por fazerem uma inaceitável confusão entre os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e suas capitais, Cuiabá e Campo Grande, respectivamente, desinformando os espectadores sobre a geografia e a divisão política do Brasil”, diz trecho da moção.
O parlamentar reforça seu pedido ao citar que Vips é um bom filme, mas que o erro grosseiro é “típico do habitante da metrópole, que desconhece a realidade da província, tal como Ronald Reagan confundiu o Brasil com a Bolívia e, mais recentemente, Arnold Schwarzeneger perdeu-se em seus parcos conhecimentos sobre o Brasil e o México”.
A gafe geográfica aparece na primeira aventura de Marcelo Nascimento da Rocha, personagem vivido por Wagner Moura. Ele viaja para Mato Grosso do Sul, cuja capital e Campo Grande, mas compra uma passagem para Cuiabá, a capital mato-grossense. Logo adiante, o filme exibe uma placa de sinalização à margem da rodovia com esses dizeres: “bem-vindo a Mato Grosso do Sul”.
“Nem é possível argumentar que o garoto viajou para Mato Grosso, passando por Mato Grosso do Sul, pois em seguida ele vai para o Paraguai. Como todos sabemos apenas os estados de Mato Grosso do Sul e Paraná fazem fronteira com o Paraguai. Mato Grosso faz fronteira, apenas com a Bolívia”, registrou o petista.
Segue o deputado: “Essa espécie de confusão não pode ser admitida, por, pelo menos, dois motivos: primeiro, porque desinforma os espectadores do filme sobre a geografia brasileira; segundo, porque menospreza a importante história, política, econômica e cultura dessa porção territorial do Brasil”.
Paulo Duarte termina sua solicitação dizendo que é preciso debater a troca de nome do Estado. Ele defende a mudança do nome de Mato Grosso do Sul para o Estado do Pantanal.quinta-feira, 31 de março de 2011