Antiga CCR MSVia, (Motiva) segue à frente da BR-163/MS com novo contrato de 29 anos.

 A concessionária Motiva (antiga CCR MSVia) seguirá responsável pela BR-163 em Mato Grosso do Sul após vencer, sem concorrência, o primeiro leilão de otimização de contrato rodoviário federal, realizado nesta quinta-feira (22), na sede da B3, em São Paulo. O novo contrato terá vigência de 29 anos e envolve um trecho de 845,9 quilômetros, de Mundo Novo até Sonora, na divisa com o Mato Grosso.

Modelo inédito de concessão

O leilão marca a estreia de um modelo que permite reequilibrar contratos existentes com base em critérios técnicos e metas de desempenho, evitando a necessidade de encerramento antecipado. O novo contrato foi validado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), garantindo segurança jurídica ao processo.

Investimentos 

Estão previstos R$ 16,5 bilhões em investimentos — sendo R$ 9,3 bilhões em obras (CAPEX) e R$ 7,2 bilhões em operação e manutenção (OPEX). A expectativa é de geração de até 134 mil empregos diretos, indiretos e por efeito-renda.

Obras e melhorias programadas

A reestruturação inclui a duplicação de 203 km da rodovia, implantação de faixas adicionais, contornos urbanos, passarelas, vias marginais, interseções, pontos de parada e descanso, além de dispositivos de segurança e acessibilidade. A lógica das intervenções seguirá o volume de tráfego: quanto maior o fluxo, maior a exigência de melhorias.

A BR-163/MS é um dos principais corredores logísticos do país, ligando 16 municípios sul-mato-grossenses, como São Gabriel do Oeste, Coxim, Dourados e Campo Grande. A nova concessão promete melhorias na segurança viária e mais fluidez ao transporte de cargas e passageiros.

O contrato prevê o Desconto para Usuários Frequentes (DUF) e a possibilidade de pagamento automático com tags veiculares. Também estão previstas 17 bases operacionais e 144 pontos de ônibus ao longo do trecho.

Estrutura do contrato

A concessão envolve a alienação de 100% das ações da Concessionária de Rodovias Sul-Mato-Grossense S.A., sem possibilidade de prorrogação. O critério de seleção foi o de menor tarifa, com teto de R$ 0,0752 por km em pista simples.

Nova fase nas concessões

Para o diretor-geral da ANTT, Guilherme Theo Sampaio, a iniciativa inaugura uma fase de modernização nas concessões federais. “O que vimos hoje não é apenas um leilão. É o início de uma política pública moderna, que honra contratos, otimiza compromissos e entrega resultados concretos para a população e para os usuários”, afirmou.