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terça-feira, 5 de setembro de 2023
RIOVERDEMS | Por PORTAL RIOVERDE NOTICIAS

"É mais difícil ser respeitada no Brasil", diz brasileira eleita vereadora na Alemanha

 


Eleita em 2021 vereadora distrital em Hannover pelo Partido Social-Democrata, a advogada Delaine Kühn migrou depois de adulta para a Alemanha, onde, segundo ela, trajetória de sucesso como mulher negra foi mais fácil. Aos 42 anos - 11 deles vividos na Alemanha -, a advogada teuto-brasileira Delaine Kühn é a personificação do que os alemães chamam de "imigrante exemplar". Ela não só migrou e aprendeu o idioma depois de adulta como, em 2017, já mãe de uma menina e após uma temporada de oito anos no Brasil, regressou à Alemanha para conquistar o que outros antes dela julgavam impossível: a licença plena para exercer a profissão em terras estrangeiras com um diploma do Brasil.

"Eu não vou esperar eu falar o alemão perfeito para poder começar a advogar. Quando atendo brasileiros, entendo eles melhor do que qualquer advogado alemão", diz Kühn em entrevista à DW.

Vinda de uma família negra carioca, ela saiu do bairro de Colégio, periferia do Rio de Janeiro, para Hannover, na Baixa-Saxônia, onde concilia o trabalho à frente de um escritório próprio de advocacia com o mandato de vereadora distrital, cargo para o qual foi eleita em 2021 pelo Partido Social-Democrata (SPD). "Sinto que posso mostrar para outras pessoas, principalmente imigrantes, que a gente também faz parte; que eles também têm condições de se posicionar na política e ser representados lá dentro."Para Kühn, a trajetória de sucesso dela seria muito mais difícil se estivesse no Brasil. "Sei que aqui os estrangeiros sofrem preconceito, coisas que às vezes brasileiros brancos jamais sofreriam no Brasil. Mas aqui, se eu entrar em algum lugar, ninguém fica olhando torto, me perguntando o que eu faço", diz. "Me sinto bem à vontade aqui - tirando o idioma, que não é perfeito -, de ir nos lugares e aparecer. No Brasil eu me fechava. Tentei ser vereadora lá e não tive a menor chance de alguém investir em mim, e aqui foi tudo mais fácil. É mais difícil ser respeitada no Brasil, nossa luta não é muito gratificada."

No dia em que Kühn falou à DW, a conversa atrasou porque a advogada foi acionada de última hora em mais um dos casos espinhosos de violência doméstica que costumam chegar à mesa dela - a cliente, retida no aeroporto por um problema com a documentação, afinal conseguiu deixar o país para fugir de um marido abusivo. Esses "incêndios" recorrentes para os quais a advogada é convocada a apagar a motivaram a fundar uma ONG dedicada ao tema, ainda em processo de gestação.

Como foi chegar a esse grau de inserção na sociedade alemã tendo imigrado já adulta?

Delaine Kühn: Vim para cá com 26 anos porque me apaixonei por um alemão com quem sou casada há 19 anos. Como vim nessa condição, o maior desafio realmente é falar o idioma perfeitamente; é poder, às vezes, falar coisas bonitas, fazer discursos ou até brigar num idioma que não é o meu.

Eu abro a boca e todo mundo sabe que não fui criada aqui. Mas não tenho mais vergonha - às vezes tenho um pouquinho, mas vou lá e engulo. Tento me meter em tudo que é lugar: seja na política, em ações sociais ou em um trabalho como advogada. O idioma é a principal dificuldade, mas eu não vou esperar eu falar o alemão perfeito para poder começar a advogar. Quando atendo brasileiros, eu entendo eles melhor do que qualquer advogado alemão. A gente tem que ter outros mecanismos.

terça-feira, 5 de setembro de 2023

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