CIDADES
INTERNACIONAL
sexta-feira, 21 de julho de 2023
RIOVERDEMS | Por PORTAL RIOVERDE NOTICIAS

Rio Verde (MS): Expedições de cunho paleontológico desde 1942 e fósseis encontrados em Rio Verde de Mato Grosso (MS), testemunham evolução da vida na terra.

 

A cidade de Rio Verde de Mato Grosso, localizada na região norte de Mato Grosso do Sul, possui uma área significativa com afloramentos devonianos contendo fósseis principalmente de invertebrados marinhos, plantas e, mais raramente, fragmentos de peixes da fauna clímax e apesar disso, por muito tempo o estado careceu de estudos relacionados à paleontologia.

 

A quarta divisão da era Paleozoica, o Devoniano (ou Devônico) compreende o período entre 416 e 354 milhões de anos atrás, sucedendo o Siluriano e precedendo o Carbonífero. É subdividido nas épocas Devoniano Inferior (mais antiga), Médio e Superior (mais recente). Seu nome foi criado em 1830 para descrever uma sucessão de rochas em Devon, Inglaterra.

Apesar da Formação Ponta Grossa ser muito rica em fósseis de invertebrados marinhos, no estado do Mato Grosso do Sul poucas são as referências a estes grupos. 

Historicamente, quatro expedições de cunho paleontológico foram realizadas nos mais de 300 km de rochas aflorantes:



(1) Em 1938 a equipe da antiga Divisão de Geologia e Mineralogia (D.G.M.), formada por Alberto I. Erichsen e A. Lofgreen parecem serem os primeiros a identificar a extensão do Devoniano para o atual território do Mato Grosso do Sul;

(2) Em 1941 outra equipe da D.G.M. na Expedição Anibal Bastos (Anibal A. Bastos, Alberto I. Erichsen e Llewellyn Igor Price) identificou fósseis devonianos no Ribeirão dos Cavalos, na rodovia Cuiabá-Campo Grande;

(3) Em julho a agosto de 1947, pesquisadores da Universidade de São Paulo (Kenneth Caster, Setembrino Petri, Octávio Barbosa) e da Divisão de Geologia e Mineralogia do Brasil (Fernando Flávio Marques de Almeida) coletaram fósseis também no Ribeirão dos Cavalos e no Município de Rio Verde de Mato Grosso, pela primeira vez identificando a extensão das rochas devonianas tão para o sul do estado do Mato Grosso;

(4) Na década de 1980, quando em duas coletas da Expedição Orville Adalbert Derby, uma em fevereiro de 1985 (Werceny Siqueira e José H. G. de Mello) e outra em outubro de 1986 (A. J. Boucot, N. C. Azambuja Filho, L. P. Quadros e J. H. G. de Mello), foram revisitados poucos afloramentos, apenas em Rio Verde de Mato Grosso.

Recentemente, depois de décadas, houve novos esforços de campo coordenados por pesquisadores de projetos da Universidade Estadual do Rio de Janeiro e da Universidade de São Carlos.

Como resultado das expedições de 1938, Erichsen e Lofgreen (1940) citaram a ocorrência de “Rochas do Devoniano, identificadas paleontologicamente” até a proximidades de Brioso, na estrada Cuiabá/Campo Grande.

Conforme Melo, (1985) esta localidade deveria se situar a sudeste da cidade de Rio Verde de Mato Grosso. 

Já em 1943, Anibal A. Bastos e A. I. Erichsen comentaram a ocorrência de afloramentos do Devoniano até 60 km ao sul de Herculânea (atual Coxim), possivelmente constatado na já citada expedição Anibal A. Bastos, onde L. Price coletou os primeiros fósseis no Devoniano do Mato Grosso do Sul (Caster, 1947a; comunicação verbal de L. Price, vide Oliveira e Leonardos, 1978, p. 323, já referida na primeira edição de 1943).

Fóssil encontrado em no município de Rio Verde de MT - Foto: Divulgação/UFMS












No entanto, esta distribuição meridional até Rio Verde de Mato Grosso só foi confirmada por Caster (1947), que citou a presença de “spirifers”, em localidade situada na subida do Rio Verde para Campo Grande (situado possivelmente entre os pontos MS24 e MS25 deste trabalho; fig. 11), município de Rio Verde de Mato Grosso.

Este afloramento foi indicado no Mapa do RADAM-BRASIL como localidade fossilífera número 8 (Del’Arco et al., 1982). Sem citar outras localidades, Del’Arco et al. (1982) também comentaram que na folha SE. 21 são comuns intercalações subordinadas de folhelhos fossilíferos.

Mapa da distribuição da Formação Ponta Grossa (Grupo Chapada II inferior) no município de Rio Verde de Mato Grosso, conforme o mapa da CPRM (limites em vermelho) e aquela reconhecida nos mapeamentos de campo deste trabalho (cinza mais claro). Números representam os afloramentos visitados; círculos em amarelo – Formação Furnas; círculos em laranja – Formação Ponta Grossa; círculos em azul – Formação Aquidauana.












Esta extensão meridional da Formação Ponta Grossa teria sido reconhecida pelo menos até os arredores do então povoado de Rio Verde, no atual estado de Mato Grosso do Sul, fato também lembrado por K. E. Caster (nota de rodapé em Caster e Mendes, 1952) que comentaram a presença de fósseis na expedição de 1947.

Caster (1947) confirmou esta ampliação da distribuição do Devoniano nos antigos limites geográficos do estado do Mato Grosso, e citou uma nova fauna rica, que incluía elementos andinos, na área mais ao sul de ocorrência das rochas do Devoniano, onde hoje é o estado do Mato Grosso do Sul, provavelmente no Ribeirão dos Cavalos, como comentado acima.

Almeida (1948) também falou da coleta de Spirifer uma légua a sudeste do povoado de Rio Verde, apresentando um mapa geológico onde a “Série Paraná” (Grupo Campos Gerais/Chapada) se estenderia bem ao sul desta localidade e um perfil geológico desta região, onde ocorre o “folhelho e arenito Ponta Grossa”.

Boucot e Caster (1984) identificaram e descreveram os braquiópodes Scaphiocoelia cf. S. boliviensis e Australocoelia?, ambos encontrados por Caster, na expedição de 1947 na Serra da Boa Sentença, município de Rio Verde de Mato Grosso, podendo demonstrar que existia na época uma franca ligação marinha com a Bolívia, diretamente com esta ou via o Paraguai. Carvalho et al. (1987) citaram as duas coletas realizadas em 1985 e 1986, dentro do âmbito da Expedição Orville Derby, patrocinada pelo Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo A. Miguez de Mello (CENPES/PETROBRÀS): “nos arredores da cidade de Rio Verde de Mato Grosso, MS, junto ao acostamento do lado SW da BR-163 (Campo Grande – Cuiabá)

EusthenopteronDiplacanthusAcanthostegaBothriolepis e Rhacophyton.
Crédito: Karen Carr © The Field Museum
Mais recentemente, a pós-doutora em geociências e coordenadora do GeoPaLab (Laboratório de Geologia e Paleontologia) da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Professora Edna Maria Facincani, pesquisou e encontrou organismos fossilizados nas jazidas de Rio Verde de Mato Grosso como molluscas, braquiópodes, trilobitas e cnidários. Uma turma de ciências biológicas da UFMS teve a oportunidade de conhecer parte da história de Mato Grosso do Sul gravada nas rochas de Rio Verde de Mato Grosso, supervisionados pela professora Edna, e o que não faltaram foram perguntas sobre os achados nos argilitos.

Com a ajuda de martelos e pincéis, os estudantes descobriram fósseis e icnofósseis com milhões de anos sedimentados no paleoambiente, que indicam como foi a vida em Mato Grosso do Sul. 

Jazidas de argilas em MS contém fósseis de 400 milhões. (Nathalia Alcântara, Jornal Midiamax)














Fonte: https://periodicos.ufpe.br/revistas/estudosgeologicos/article/viewFile/249378/37621

sexta-feira, 21 de julho de 2023

OK NET

https://www.facebook.com/oknet.rv

OK NET RIO VERDE

http://oknetms.com.br/

SUPERMERCADO BOM PREÇO

https://picasion.com/

RESTAURANTE IZABEL

http://picasion.com/