Pior seca em mais de 70 anos deixa Montevidéu quase sem água
Na capital do Uruguai, o primeiro país do mundo a consagrar o direito à água potável em sua Constituição, em 2004, esse bem precioso está se tornando escasso. Nos últimos anos, o fenômeno La Niña vem transformando o Uruguai, e sobretudo Montevidéu, cada vez mais num deserto, e a cidade vive agora sua pior seca em mais de sete décadas.
"A seca pela qual o Uruguai está passando é totalmente excepcional. Tivemos dois anos de seca relativamente normal, ou seja, com índices de precipitação baixos, mas dentro do que normalmente ocorre em situações do tipo. Mas desde o fim do ano passado, vivemos algo realmente excepcional", diz a bióloga e pesquisadora uruguaia Mariana Meerhoff. "Nunca tivemos tão pouca chuva."
Segundo Meerhoff, a situação em Montevidéu é particularmente dramática pelo fato de a demanda por água ser tão alta. A região metropolitana da capital abriga mais da metade dos 3,4 milhões de habitantes do país.
Principal fonte de abastecimento da capital, o reservatório de Paso Severino, localizado a cerca de 70 quilômetros da cidade e com capacidade para 67 milhões de metros cúbicos de água, está apenas 1,8% cheio, anunciou o governo no início desta semana.
quinta-feira, 6 de julho de 2023