PDT de MS não sabe se apoia Riedel ou Marquinhos ou se lança candidatura

Depois de uma semana de reuniões em Campo Grande, o comando interventor do PDT em Mato Grosso do Sul foi embora e nada definiu sobre as questões eleitorais de outubro no âmbito da disputa estadual. 

Até agora, as ordens expressas dentro do partido são só estas: apoiar o presidenciável Ciro Gomes, pedetista, e “manter distância” do presidente Jair Bolsonaro, do PL, que concorre à reeleição.  

Na semana que vem, a cúpula volta a se reunir para traçar planos eleitorais, até agora desconhecidos.

Ainda não há nem sinais de acordo quanto à disputa ao governo de MS. A sigla não decidiu se lança candidatura própria, se apoia o pré-candidato Eduardo Riedel, do PSDB, ou o ex-prefeito de Campo Grande, que concorre ao governo pelo PSD.

Antes da intervenção, ocorrida duas semanas atrás, o PDT, então comandado pelo deputado federal Dagoberto Nogueira, era tido como certo que se juntaria ao PSDB para apoiar a candidatura de Riedel.

No entanto, para surpresa dos pedetistas, Dagoberto, no partido há 31 anos, deixou a sigla e se filiou ao PSDB. A desfiliação ocorreu no início de março, e, desde então, os integrantes da legenda, com e sem mandatos, parecem não dialogar com um mesmo idioma.

Parte da legenda quer formar chapa com o PSDB, mas o entendimento não é o mesmo entre os correligionários. Há uma banda do PDT que prefere se juntar ao pré-candidato Marquinhos Trad, daí as discórdias.  

Ao montar o comando interventor, que agora define os rumos do partido, foram incluídos nomes ligados ao ex-prefeito, como o primo dele e advogado José Belga Trad e uma secretária municipal da Prefeitura de Campo Grande.  

O diretório estadual dissolvido não entendeu, e, para alguns integrantes, isso seria um indício de que o PDT se aproximaria do PSD na briga pelo governo do Estado.

IDA E VOLTA  

Tesoureiro nacional do PDT, Marcelo Panella, escolhido como interventor do partido em MS, viajou para Campo Grande na terça-feira. Desde então, conversa com os dirigentes pedetistas.  

Panella retornou nesta sexta para Brasília, sem achar respostas e apontar um rumo para o partido nas eleições. O interventor Panella tem força na direção nacional do partido, como poucos. O que ele definir aqui em MS não deve sofrer alterações.

O tesoureiro pedetista é amigo de Carlos Lupi, o presidente nacional do partido, há pelo menos 35 anos. No segundo governo de Lula, o chefe nacional do PDT assumiu o Ministério do Trabalho e levou consigo Marcelo Panella, que virou chefe de gabinete.

NOVAS RODADAS

O interventor Marcelo Panella definiu voltar a Campo Grande na quarta-feira e seguir com as reuniões. Há a possibilidade do anúncio de acertos com relação às candidaturas de integrantes do partido. 

No entanto, não será agora que o PDT definirá se entra na briga pelo governo e concorre ao lado de Riedel ou de Marquinhos, segundo disseram ao Correio do Estado pedetistas que atuaram nos encontros.

Panella não conversou com a imprensa e deixou a entender que isso pode ocorrer na semana que vem.

TAMANHO

Em 2018, o PDT disputou o governo do Estado com o ex-juiz Odilon de Oliveira, que perdeu as eleições no segundo turno para o atual governador Reinaldo Azambuja, do PSDB. Depois, o ex-magistrado trocou de partido, indo para o PSD, legenda pela qual deve concorrer ao Senado.

A disputa pelo governo de MS neste ano atraiu seis pré-candidatos: Marquinhos Trad, do PSD; Eduardo Riedel, do PSDB; Rose Modesto, do União Brasil; o ex-governador André Puccinelli, do MDB; capitão Contar, do PRTB; e Giselle Marques, do PT.

O PDT tem hoje um deputado estadual (Lucas de Lima), dois prefeitos (Miranda e Paranaíba), sete vice-prefeitos e 49 vereadores. Dia 15 de maio, em eleição suplementar, o partido concorre à prefeitura de Angélica.