Criança morre após contrair ameba 'comedora de cérebro' em parque aquático nos EUA
Uma criança norte-americana morreu depois de contrair uma ameba rara “comedora de cérebro” em um parque recreativo aquático em Arlington, no Texas, nos Estados Unidos. O óbito ocorreu no dia 11 de setembro, mas só foi confirmado pelas autoridades na última segunda-feira (27).
De acordo com o Departamento de Saúde Pública do Condado de Tarrant e da cidade de Arlington, a vítima foi internada no dia 5 de setembro, diagnosticada com meningoencefalite amebiana primária, uma infecção rara e muitas vezes fatal. A infecção é causada pela ameba Naegleria fowleri.
Esta ameba é encontrada no solo e em água doce quente, como lagos, rios e fontes termais, segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos. A Naegleria fowleri também pode estar presente em piscinas mal conservadas e sem cloro.A CDC explica que a ameba entra no corpo pelo nariz e sobe até o cérebro, causando destruição do tecido cerebral.
O departamento de saúde do condado identificou duas possíveis fontes para a infecção da criança: a casa da família e uma fonte de água recreativa do Don Misenheimer Park, em Arlington. O local e outras três fontes públicas foram fechados pelas autoridades.
A CDC informou no dia 24 de novembro que a ameba foi identificada em testes da água do parque.
“Isso parte meu coração. Sou pai de quatro filhos, avô de cinco crianças de 2 a 7 anos. Não consigo imaginar ter que enterrar uma criança assim”, declarou o prefeito de Arlington, Jim Ross, à KTVT.
O comunicado da CDC informa ainda que a água potável da cidade não foi contaminada.
Presença de ameba pode ser explicada por má manutenção do parque
A investigação determinou que são necessárias melhorias na manutenção da água do parque, de acordo com a nota enviada à imprensa. Também foi verificado que muitas vezes não eram feitos os testes necessários para abrir o local ao público.
“Identificamos lacunas em nosso programa de inspeção diária”, afirmou o vice-gerente da cidade, Lemuel Randolph.
“Essas lacunas resultaram no não cumprimento de nossos padrões de manutenção. Todas as fontes permanecerão fechadas até que tenhamos a garantia de que nossos sistemas estão operando como deveriam, e confirmamos um protocolo de manutenção consistente com a cidade, condado e padrões estaduais”, explicou Randolph.
Uma das questões verificadas foi que as leituras de cloração, que identifica se os níveis de cloro estão de acordo com os necessários para desinfecção da água, não foram realizadas em dois dos três dias que a vítima visitou o parque.“Documentos mostram que os níveis de cloração dois dias antes da última visita da criança estavam dentro dos limites aceitáveis”, afirma o comunicado.
“No entanto, a próxima leitura documentada, que ocorreu no dia seguinte à visita da criança, mostra que o nível de cloração havia caído abaixo do mínimo necessário e que cloro adicional foi adicionado ao sistema de água.”
Infecção por Naegleria fowleri são raras
A infecção por esse tipo de ameba é bastante rara. De acordo com o CDC, entre 2010 e 2019, apenas 34 casos foram relatados nos EUA. Deste, 30 pessoas contraíram a ameba em espaços recreativos com água.
Após o contato com a ameba, demora cinco dias para a aparição dos primeiros sintomas de meningoencefalite amebiana, entre eles dor de cabeça, febre, náuseas e vômitos. O quadro avança de forma rápida e pode causar morte em até 18 dias após o início dos sintomas.
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quarta-feira, 29 de setembro de 2021