Fósseis de 540 milhões de anos em Minas Gerais registram início da vida complexa
Pesquisadores do Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM) encontraram em Minas Gerais fósseis do período Pré-Cambriano, com mais de 540 milhões de anos. A evidências, que consiste em um conjunto de impressões de poucos centímetros em rochas calcárias, pertencem a alguns dos primeiros organismos macroscópicos complexos e com simetria bilateral que habitaram o planeta Terra.
Para entender a relevância dessa descoberta, é importante voltar rapidamente à década de 1940. Na época, pesquisadores encontraram uma biota (conjunto de vários organismos) fossilizada extremamente antiga na região de Ediacara, na Austrália. Os seres de Ediacara tinham idades entre 550 e 560 milhões de anos e já eram macroscópicos – multicelulares como nós, grandes o suficiente para serem vistos a olho nu.
Naquela época, os biólogos pensavam que a vida complexa havia se originado repentinamente com uma explosão de biodiversidade do período Cambriano, que começou há exatos 541 milhões de anos.
“Essa descoberta quebrou um paradigma do que se entendia a respeito da evolução da vida na Terra”, explica Marcos Baptista, pesquisador envolvido no estudo. Os achados mineiros são o primeiro registro da presença de organismos similares aos de Ediacara na América do Sul. Além da biota original australiana, fósseis parecidos também já foram encontrados no Mar Branco, na Rússia.
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segunda-feira, 28 de junho de 2021