Contêiner para corpos instalado em hospital provoca medo em Porto Alegre
A instalação de um contêiner refrigerado para armazenar corpos no Hospital Moinhos de Vento, o principal da rede privada de Porto Alegre, assustou familiares de internados com covid-19.
O hospital hoje tinha um fluxo moderado de pessoas, com a chegada das emergências. Dias atrás, segundo relatos de funcionários, feitos sob a condição de anonimato, "a correria era grande" no estabelecimento. A auxiliar administrativa Amanda Priebe trazia novamente o pai para investigar uma possível reinfecção pela covid-19. Rene, 52, aguardava na emergência o resultado do teste. No ano passado, ele superou a doença logo após ter se recuperado de um AVC (acidente vascular cerebral). "O quadro dele é de febre de 39 graus, dor de cabeça e dificuldade de respirar. Aqui estamos tendo todo o atendimento possível até este momento, mas a situação está terrível e, claro, preocupa", relata a filha.
"No ano passado, ele ficou só dois dias internado e não teve necessidade de oxigênio. Meu pai se recuperou em casa, à base de medicação", diz. Ela reforça a importância do isolamento e das medidas sanitárias para evitar "um caos ainda maior".
O tempo de internação é um dos pontos sensíveis da nova fase da pandemia, relatam os profissionais da linha de frente.
Até porque o Moinhos de Vento, a exemplo de toda a rede pública e privada da capital, opera acima da capacidade.
Ontem, eram 79 pacientes para 66 leitos em operação --72 deles, ou 91,1%, eram casos de covid-19.
quinta-feira, 4 de março de 2021