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quinta-feira, 2 de março de 2017
RIOVERDEMS | Por PORTAL RIOVERDE NOTICIAS

Monjas se rebelam contra budismo tailandês


As autoridades budistas da Tailândia proíbem a ordenação de mulheres, mas mais de 100 monjas reivindicam o direito a seguir a tradição monástica feminina que Buda começou há mais de 2.500 anos.

As "bhikkhunis", como são conhecidas, mantêm o cabelo e as sobrancelhas raspadas, usam túnicas alaranjadas, saem para recolher alimentos ao amanhecer e não comem depois do meio-dia, entre outras muitas regras, como os "bhikkhus", o correspondente masculino.

Embora se definam como "filhas de Buda" e tenham cada vez mais apoio da sociedade tailandesa, o Conselho Supremo da Sangha (comunidade budista) se nega a reconhecer a ordenação feminina no país.
De uma forma geral, elas podem viver com certa normalidade, já que o grupo não é ilegal - porém, sem regulamentação ou proibição -, mas denunciam que sofrem discriminação, como não poder ter reconhecido o status de religiosas na carteira de identidade.

No final do ano passado, por exemplo, a falta de reconhecimento oficial fez com que elas fossem impedidas de entrar no Grande Palácio Real de Bangcoc, onde iam prestar homenagem ao falecido monarca Bhumibol Adulyadej.

A hierarquia budista reconhece outro tipo de freira não ordenada, conhecida em tailandês como "mae chi". Diferentemente das "bhikkhunis", elas vestem branco, seguem um número menor de preceitos e não podem oficiar cerimônias.

"Não somos ilegais, mas não temos status legal", afirmou a tailandesa Dhammananda.

Dhammananda é escritora e ex-professora de budismo da universidade onde foi ordenada como bhikkhuni no Sri Lanka, em 2001. Ela é a primeira tailandesa a fazer isso dentro da corrente budista theravada, também praticada na Tailândia, no Camboja e em Mianmar.

Ela explica que sua congregação segue as doutrinas do Tripitaka - textos sagrados - e cumpre as ordens de Buda, que estabeleceu os quatro pilares do budismo: "bhikkhus", "bhikkhunis", laicos e laicas.

No entanto, o Conselho Supremo da Sangha defende que a ordenação monástica feminina nunca entrou na Tailândia e alega que não é possível reconhecê-las oficialmente em solo tailandês do ponto de vista regulamentar. O órgão se refere à ordem emitida em 1928 pelo Patriarca Supremo, o líder da Sangha, que proibiu a ordenação de mulheres como freiras.

Sathien Wipornmaha, presidente da Associação de Acadêmicos do Budismo, órgão consultor da hierarquia budista do país, afirma ser "simpático" às monjas, mas argumentou que uma mudança nas normas afetaria à "estabilidade" do budismo na Tailândia. Em sua opinião, qualquer mudança na legislação abriria a proibição a mais divergências e possíveis cisões dentro da Sangha.

Sidarta Gautama, popularmente conhecido como Buda, criou o movimento das "bhikkhunis" depois de ordenar Mahapajapati Gotami, sua tia por parte de mãe e mulher que o criou.

Essa foi uma atitude revolucionária porque colocava mulheres e homens no mesmo patamar espiritual, com capacidade de alcançar o nirvana, algo nada comum à época entre as grandes religiões asiáticas.

No entanto, Buda criou mais normas para as "bhikkhunis" e determinou que fossem sempre subordinadas aos "bhikkhus", sem importar o quão veteranas fossem.

A linhagem das freiras na tradição budista mahayana sobreviveu até hoje, por isso as "bhikkhunis" são numerosas em países como Japão, Coreia e Taiwan. Dentro da corrente theravada, a ordem monástica feminina foi extinta no século XI, mas entre 1996 e 1998 ela foi reinstaurada quando várias mulheres foram ordenadas monjas na Índia e no Sri Lanka, onde são reconhecidas oficialmente.

Entre as figuras relevantes que apoiam a ordenação de mulheres estão o tibetano Dalai Lama e o ativista tailandês Sulak Sivaraksa.
quinta-feira, 2 de março de 2017

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