sexta-feira, 3 de outubro de 2014
RIOVERDEMS | Por PORTAL RIOVERDE NOTICIAS
Fiéis denunciam pedido de voto dentro de templos evangélicos em MS e Justiça avisa: é crime
Segundo denúncia de fiel da Igreja Internacional da Graça de Deus, pelo menos um templo da instituição em Campo Grande teria sido utilizado para pedir votos para os candidatos a deputado estadual Herculano Borges (SDD) e o candidato a deputado federal Luis Henrique Mandetta (DEM) nesta última semana antes das eleições deste domingo (5).
De acordo com o membro da Igreja, que preferiu não ser identificado publicamente, a pastora Juliana Viana, ao terminar o culto na igreja, teria pedido ‘explicitamente voto aos candidatos’. A prática é proibida pela legislação e constitui crime eleitoral.
Diversos leitores reclamam de lideranças religiosas que estariam aproveitando cultos e reuniões em templos para apresentar candidatos, distribuir material político e até mesmo pedir votos. Apesar de inúmeros políticos que usam a afinidade com fiéis para garantir mandatos, a legislação impõe limites e proíbe o uso dos templos religiosos para a prática.
Segundo a Lei 9.504/97, artigo 37, a propaganda eleitoral em igrejas é expressamente proibida, em qualquer tempo, pois se tratam de locais de uso comum. “Fica vedada a veiculação de propaganda de qualquer natureza”.
O TRE-MS (Tribunal Regional Eleitoral em Mato Grosso do Sul) ressaltou que a prática de pedir votos é proibida e cabe pena, caso as irregularidades sejam constatadas e comprovadas. Nestes casos, a Justiça Eleitoral orienta que o eleitor registre a denúncia por meio do Web Denúncia - sistema do TRE em substituição do disque denúncia - no qual o eleitor registra e acompanha a demanda.
Conforme a denúncia, no último dia 22 de setembro, a pastora da Igreja da Graça teria, também, distribuído santinho do candidato Herculano Borges, pois este se tratava de um amigo da igreja que, inclusive, teria dado um gerador de presente para a igreja em outra ocasião.
A pastora negou as acusações, mas admitiu que costuma apenas ‘pedir oração em nome deles’. “Temos consciência de que não pode pedir voto, mas o que fiz foi oração para alguém que é amigo da igreja”.
Sobre possível distribuição de santinho e entrega do gerador, Juliana também negou a acusação. “Jamais faria isso, de jeito nenhum, nego com certeza”, diz a religiosa.
O pedido de oração para candidatos, diz, seria uma prática comum, inclusive em templos de outros estados. “Se for uma coisa errada, então todos estão agindo de maneira errada”.
A direção da igreja também foi procurada pela reportagem, mas a instituição limitou-se a informar que somente quem pode responder é a pastora Juliana, que é, também, coordenadora da Igreja Internacional da Graça de Deus em Mato Grosso do Sul.
Os dois candidatos também foram procurados via telefone para falarem sobre a reclamação do evangélico. Mas, até o fechamento desta publicação, não foram encontrados.
sexta-feira, 3 de outubro de 2014