CIDADES
INTERNACIONAL
sábado, 13 de setembro de 2014
RIOVERDEMS | Por PORTAL RIOVERDE NOTICIAS

Investigação mostra: Delcídio recebeu apenas doações legais de campanha


Com o título “No rastro do dinheiro da Propinobrás”, a Revista Isto É traça a rota dos desvios da Petrobras e como este dinheiro abasteceu o caixa de aliados do governo, além de apesentar nomes mencionados na delação premiada do ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa na delação premiada. A reportagem enfatiza que o ex-diretor da estatal entregou nome de políticos e empresas que superfaturaram em 3% o valor dos contratos da Petrobras entre 2004 e 2012.

As denúncias,  muitas delas conhecidas desde a divulgação, na semana anterior, pela Revista Veja apontam como envolvidos figuras de destaque, costumeiramente negativos, da República, como os presidentes Renan Calheiros, do Senado e, Henrique Eduardo Alves, da Câmara, ambos do PMDB. Fazem parte da lista: Edson Lobão (PMDB), ministro de Minas e Energia; Sérgio Cabral (PMDB), ex-governador do Rio de Janeiro; Roseana Sarney (PNDB), governadora do Maranhão; o secretário de finanças do PT, João Vaccari Neto; senador e presidente do PP, Ciro Nogueira; senador Romero Jucá (PMDB); ex-governador de Pernambuco e candidato do PSB à presidência, falecido em acidente aéreo, Eduardo Campos (PSB).

Agora surgem os nomes do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), do governador do Ceará, Cid Gomes (PROS) e dos senadores Delcídio do Amaral (PT-MS) e Francisco Dornelles (PP-RJ)

A guerra
A guerra desencadeada pelas pesquisas eleitorais que chegam ao público, mostrando empate técnico entre Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PSDB) e os levantamentos em mãos dos partidos que apontam total indefinição quando feitos os cruzamentos de rejeição e outros dados considerados fundamentais para uma projeção mais precisa, fizeram do escândalo Petrobras o carro chefe das campanhas, em substituição às propostas de governo.

Na mídia, a batalha se concentra na divulgação de “furos” jornalísticos. Nomes estão sendo vazados, sim. É uma estratégia dos investigadores para que, conseguindo projeção nacional, o caso não caia na gaveta do esquecimento. Afinal, a depender dos trâmites de nossa justiça burocrática, este caso estará à rabeira de tantos e tão menos importantes julgamentos.

Para lembrar:

Nove anos depois da revelação do escândalo do mensalão, o Supremo Tribunal Federal concluiu o julgamento dos réus acusados de envolvimento na compra de apoio político na Câmara pelo PT nos dois primeiros anos do governo Lula – baseado em relatório da CPMI presidida pelo senador Delcídio do Amaral;

Quatorze anos depois de supostamente ter ocorrido, sete anos após ser descoberto e quase cinco anos depois de ser denunciado pela Procuradoria Geral da República, o mensalão tucano ainda não foi julgado.

A “pressa” em repassar informações, por vezes faz com que os mais conceituados órgãos de imprensa pequem pela análise rasa, como já ocorreu em outra ocasiões. Neste caso, ainda que as denúncias impliquem de forma inequívoca alguns personagens, a matéria se baseou em doações que foram feitas de forma legal, quando deveria investigar o que se caracteriza como corrupção e desvio de dinheiro. Nenhuma investigação se lastreia pelo legalmente declarado, mas pelos subterfúgios contábeis, pelas remessas, pelo não visto.

Quando menciona o senador Delcídio do Amaral e os recursos de sua campanha comete dois erros: primeiro atribuir ao senador e candidato uma anterior filiação ao Partido da Frente Liberal (PFL), quando na verdade Delcídio era filiado ao PSDB; a segunda quando menciona que a campanha do candidato petista recebeu doações das empresas OAS (R$ 622 mil), Andrade Gutierrez (R$ 2,8 milhões) e, UTC (R$ 2,3 milhões), todas envolvidas nas denúncias.

Na realidade as doações foram feitas por estas empresas para a Direção Nacional do Partido, que as repassou para as campanhas de diversos candidatos a vários cargos pelo país. É mais do que evidente que o Mato Grosso do Sul representa um polo político estratégico pois seria a vitória sobre o maior adversário petista na região e a porta de entrada para a conquista da Capital em 2016.

Na luta pela informação, a Revista Época, também desta semana, traz o depoimento do empresário Hermes Freitas Magnus, que detalha a ligação entre o Mensalão e o Propinobrás. Ele explica que as investigações da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF)  mostram que do mensalão floresceu um esquema de pagamento de propina em troca de contratos bilionários com a Petrobras, esquema que continuou durante o governo de Dilma Rousseff. “Neste momento, as autoridades investigam a conexão entre os dois escândalos. Já se sabia que parte da estrutura financeira do mensalão fora usada no esquema da Petrobras. As últimas investigações vão além da questão financeira e se debruçam sobre os personagens comuns aos dois enredos. O ex-deputado federal José Janene (que morreu em 2010), o doleiro Alberto Youssef e o executivo Paulo Roberto Costa aparecem no mensalão e no esquema da Petrobras”, traz a matéria.

O esquema não foi descoberto durante as CPMI presidida pelo senador Delcídio, mas seria estranho que ele participasse do esquema que estava julgando e que levou à prisão os envolvidos.

O sigilo
Se impede a transparência de informações, o sigilo exigido pela justiça durante as investigações tem como objetivo principal evitar que alguns depoimentos tenham uma leitura literal e que as pontas soltas sejam divulgadas como o teor completo e absoluto do caso.

Talvez um pouco mais de luz venha a iluminar esse emaranhado nebuloso das negociações espúrias, com o depoimento do ex-diretor Paulo Roberto Costa. Nesta sexta-feira (12) o ministro Teori Zavascki, do STF, decidiu que a CPMI da Petrobrás não precisa autorização judicial para convocar o ex-diretor da estatal a depor. No entanto ressalta que Paulo Roberto tem “garantias constitucionais” a serem observadas pelo Legislativo, como o direito de permanecer em silêncio na audiência.

Existe muita sujeira, existe muita desconfiança, mas aparentemente falta cautela na divulgação das informações. Alguns nomes envolvidos, pela sua história pregressa, suas renúncias para evitar cassação e suspensão dos direitos políticos, seus nomes em constante destaque nos escândalos, apontam para uma culpabilidade que, mesmo assim não podem ser divulgadas como tal. Outros, por estarem em evidência em função das eleições que se avizinham, podem estar sendo mencionados num esquema de manobra eleitoral.

Divulgar nomes ouvidos pelos desvãos das portas, sem que se confirme a veracidade das informações pode ser um desserviço à democracia.
sábado, 13 de setembro de 2014

OK NET

https://www.facebook.com/oknet.rv

OK NET RIO VERDE

http://oknetms.com.br/

SUPERMERCADO BOM PREÇO

https://picasion.com/

RESTAURANTE IZABEL

http://picasion.com/