O general reformado Xu Caihou, antigo número dois da hierarquia militar chinesa, foi expulso do Partido Comunista da China (PCC) nesta segunda-feira por suspeitas de corrupção, mas seu caso segue sendo investigado pela promotoria, informou o Comitê Central do partido através da agência oficial Xinhua. “As investigações descobriram que Xu se aproveitou de seu cargo [vice-presidente da Comissão Militar Central, o principal órgão militar do país] para ajudar a ascensão de algumas pessoas, e aceitou subornos pessoalmente ou através de familiares”, indicou em comunicado o comitê, liderado pelo presidente do país, Xi Jinping. O caso “é grave e produziu um vil impacto”, assegura a nota oficial, que acrescenta que o ex-general e sua família também obtiveram carros, propriedades e grandes somas de dinheiro em troca de favores.
O anúncio divulgado hoje, após três meses de investigação, põe fim às especulações em torno de Xu. Em março, a imprensa independente de Hong Kong assegurou que o general havia sido detido em um hospital de Pequim, onde era tratado de um câncer de bexiga. No entanto, o governo chinês não chegou a confirmar tal informação. Xu também viu sua mulher e filha serem detidas em relação com o mesmo caso, também acusadas de corrupção de usarem suas posições para obterem favores e presentes.
Os analistas esperavam que o caso Xu fosse suspenso pelo regime comunista, por causa de seu delicado estado de saúde, mas também por sua enorme influência no Exército de Libertação Popular e na política chinesa. O ex-general começou a fazer parte da Comissão Militar Central – órgão dirigente das Forças Armadas chinesas e terceiro braço do poder no país, junto ao Partido Comunista e ao governo – em 1999. Cinco anos depois, em 2004, ele já era o vice-presidente da Comissão Militar Central. Ao longo da última década, durante o mandato do presidente Hu Jintao, Xu passou a ter uma grande influência nas Forças Armadas chinesas.
Os rumores sobre sua queda começaram a circular há um ano, quando deixou formalmente o cargo de número dois da Comissão Militar Central e já não comparecia, como de costume, nas sessões da Assembleia Nacional do Povo (ANP), o Legislativo chinês.
O presidente chinês Xi Jinping embarcou em uma cruzada contra a corrupção desde que tomou posse em março de 2013, comprometendo-se a atingir contra "moscas e tigres” – em referência a funcionários de baixa patente e aos políticos graduados –, não poupando ninguém, independentemente da sua posição. De acordo com a mídia estatal, pelo menos 108.000 funcionários foram punidos em 2013 e quase vinte funcionários de alto nível caíram em desgraça no mesmo período.
(Com agência EFE)