Se cuidar de um animal de estimação já é uma tarefa difícil, dedicar boa parte do tempo diariamente para manter cerca de 200 gatos não é tarefa comum. Essa é a realidade da aposentada Iracema Bernardo, moradora de Três Lagoas, no leste de Mato Grosso do Sul. Na casa de Iracema vivem gatos de diversas raças, tamanhos e idades.

Ela conta que a paixão por animais começou há 15 anos, quando tinha oito gatos de estimação. O número aumentou expressivamente nos últimos anos, segundo Iracema, principalmente porque pessoas que conhecem a paixão dela pelos gatos.

"A paixão é uma coisa nata na pessoa, ou ela gosta de animal ou não gosta. No meu caso eu gosto desde criança, sempre gostei de animais. E gato, como é um animal doméstico, é o que a gente tem mais acesso e acaba se acostumando com eles", relembrou.

A maioria dos animais foi resgatado das ruas e atualmente encontram no gatil de Iracema comida e abrigo. A apaixonada por gatos não esconde a dificuldade em manter os cerca de 200 felinos. "É trabalhoso, mas enquanto eu puder, vou levando", ressaltou a cuidadora dos gatos.

Ela conta que a maioria dos animais são deixados na porta da casa dela, justamente porque as pessoas que deixam os bichos sabem que no local os gatos terão abrigo e comida

"Quando as pessoas perceberam que eu gosto de animais começaram a soltar uns gatos aqui na porta, e filhote, porque as pessoas querem se livrar do trabalho que filhote dá, porque às vezes não se alimentam sozinhos, e eu acabei ficando com um acúmulo de animais", explicou.

A aposentada conta com a ajuda de um zelador para cuidar dos bichos. O voluntário José Anderson diz que também ajuda por amor aos bichos. "Sempre tem que manter limpo, a ração é dada duas vezes por dia, tem que deixar as vasilhas de água limpas, manter os gatos sempre vacinados"

Cuidados
Para criar tantos animais em casa Iracema não precisa ter autorização, porque são todos animais domésticos, segundo a Polícia Militar Ambiental (PMA). Mas, de acordo com o médico veterinário Alessandre Alves Dias alguns cuidados precisam ser redobrados por conta do número elevado de animais que vivem juntos no mesmo local.

"A pessoa não pode ter só a boa vontade de querer cuidar desses animais, porque todo animal, igualmente a nós, precisa ter um conforto ambiental, tanto em questão de espaço quanto no aspecto sanitário. O gato por natureza dele, tem o costume de enterrar os seus dejetos, então imagina uma densidade populacional dessas", questionou Dias.

Por isso, o veterinário orienta que a limpeza e vacinação dos animais sejam feitas periodicamente.

"Teria que ter um espaço bem adequado e sempre estar limpando esse local para evitar doenças, e esses animais todos deveriam receber uma dose anualmente, porque um animal só pode contaminar os demais. Então, a vacinação anti-rábica seria imprescindível", alertou o especialista.