quinta-feira, 23 de janeiro de 2014
RIOVERDEMS | Por PORTAL RIOVERDE NOTICIAS
Manifestantes na Ucrânia fazem barricadas de fogo contra polícia
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Um manifestante carrega um escudo durante a violência de rua em Kiev 23 de janeiro de 2014. (Foto: David Mdzinarishvili/Reuters) |
Os opositores ucranianos impediram o avanço da força policial durante a madrugada desta quinta-feira (23) no centro de Kiev com uma imponente barricada de fogo que é alimentada com madeira, pneus e destroços dos ônibus carbonizados.
"Não temos medo dos Berkut (destacamento antidistúrbios). Isto é uma revolução. Resistiremos até o fim, mas não somos fascistas como diz o governo. Queremos uma vida normal, com trabalho e filhos, e não uma ditadura", disse hoje à Agência EFE Vladimir, um operário da construção.
Vladimir, oriundo do leste da Ucrânia, é um dos manifestantes na linha de frente do protesto, que enfrentam as forças policiais com escudos e paus nas imediações do lendário estádio Valeri Lobanovski do Dínamo de Kiev.
Os opositores, na maioria jovens, lançam - com a ajuda de catapultas - coquetéis molotov, paralelepípedos e pedras contra os agentes antidistúrbios que estão em formação do outro lado das barricadas e protegidos pela escuridão da noite.
Nem a morte de 5 manifestantes nos distúrbios, segundo a oposição, nem as baixas temperaturas que rondam os 10 graus negativos, assustam os manifestantes.
Alguns pedem desesperadamente a ajuda do Ocidente, inclusive militar, já que temem que as autoridades recorram em breve à força para acabar com protestos após declarar estado de exceção.
Contenção do fogo
A polícia tenta, em vão, apagar o fogo com a ajuda de um caminhão de água, mas os manifestantes não param de alimentar as chamas com todo tipo de objetos inflamáveis.
A polícia tenta, em vão, apagar o fogo com a ajuda de um caminhão de água, mas os manifestantes não param de alimentar as chamas com todo tipo de objetos inflamáveis.
"Não posso participar dos protestos, mas entendo os manifestantes. Não posso condená-los, porque sua causa é justa. Rezo por eles", disse à EFE Pavel, um sacerdote católico.
Em sua opinião, a culpa da nova onda de violência é do governo, pois este aprovou às escondidas no Parlamento um pacote de leis que restringem a liberdade de expressão e reunião, o que foi condenado pelo Ocidente.
"Os protestos foram uma festa durante dois meses até que o governo decidiu transformar o país em um Estado policial", disse.
Enquanto isso, na retaguarda da batalha popular vários jovens estão reforçando as barricadas com sacos de neve tanto na área da rua Grushevski , como no Euromaidan, situado entre a avenida Kreschatik e a Praça da Independência.
Depois de se reunir com o presidente ucraniano, Viktor Yanukovich, os dirigentes opositores realizaram ontem à noite um comício na Praça da Independência para mais de 50 mil simpatizantes.
A oposição ucraniana criou um Parlamento Popular alternativo à Rada Suprema (Legislativo) e deu 24 horas de prazo ao governo para atender suas reivindicações, entre as quais figura a convocação de eleições antecipadas.
Além disso, o líder do partido UDAR, Vitali Klitschko, encorajou os trabalhadores ucranianos a organizarem uma paralisação de advertência a partir do meio-dia da quinta-feira para obrigar o governo a fazer concessões.
"Se for preciso brigar, brigarei, se for preciso marchar sob as balas, pois marcharei sob as balas", declarou.
quinta-feira, 23 de janeiro de 2014