quinta-feira, 5 de setembro de 2013
RIOVERDEMS | Por PORTAL RIOVERDE NOTICIAS
Sob nova gestão, Globo muda a forma de se comunicar com o público
Por Wallace Carvalho
Na última semana, a Globo apresentou a nova estrutura organizacional da empresa feita pela gestão de seu novo diretor-geral, Carlos Henrique Schroder. Para conduzir melhor sua gestão, o jornalista agrupou setores e dividiu o canal em três pilares: Conteúdo, Negócios e Gestão. A principal mudança se refere ao fato de a emissora passar a produzir conteúdo não só para o canal aberto, mas também para a TV a cabo e as mídias digitais. O objetivo é tornar a líder de audiência mais integrada e preparada para enfrentar as grandes transformações do nosso tempo.
Tais mudanças já podem ser sentidas pelos telespectadores da TV Globo. A mais brusca delas foi feita sem alardes pela emissora durante o "Criança Esperança". Desde sua inauguração, a alta cúpula tinha como regra a máxima de que jornalistas perderiam credibilidade caso se aventurassem em projetos de entretenimento.
Nunca antes na história do canal, um dos âncoras de um telejornal comandou um evento ligado à linha de shows. Patrícia Poeta derrubou essa norma ao ser escalada para apresentar o "Criança Esperança" ao lado de Fernanda Lima e Lázaro Ramos. Ter a estrela do "Jornal Nacional", principal produto informativo da casa, dividindo o palco com a apresentadora de um programa que fala a respeito de sexo seria algo impossível até o ano passado.
Outra mudança percebida pelo telespectador mais atento está relacionada às chamadas de determinadas atrações. O setor responsável parece estar passando por uma profunda mudança, que lembra bastante o trabalho feito com êxito há alguns anos pelo Viva.
Nos últimos dias, entrou no ar uma nova chamada da reprise de "O Cravo e a Rosa". A direção adaptou a cantiga homônima para divulgar a novela em cartaz no "Vale a Pena Ver de Novo".
A mesma tática foi adotada na divulgação do filme escolhido para a "Tela Quente" da última segunda-feira (2). A direção montou um mini-trailer do longa "Na Mira da Morte" para fisgar a atenção do público.
Sem nenhum nome conhecido no elenco, a emissora resolveu apostar em um novo modelo de chamada para tenta despertar o interesse do telespectador. Deu certo.
O filme marcou média de 23 pontos de audiência. Foi melhor do que a reprise de "Crepúsculo" que registrou 19 pontos em agosto.
O processo de criação de chamadas mais leves e divertidas também passou a fazer parte da rotina do departamento esportivo da emissora. As chamadas dos jogos do Campeonato Brasileiro, por exemplo, estão mais dinâmicas e agora são roteirizadas com frases que vão do humor ao drama na hora de anunciar o clássico da semana.
A casa também mudou a forma de anunciar os convidados dos programas de auditório. No "Domingão do Faustão", as estrelas da casa convocam os telespectadores para lhes assistir no palco da atração.
Essas mudanças deixam claro que a atual cúpula da Globo é de uma geração que está ciente de que é preciso fisgar o telespectador-internauta, que muitas vezes só para diante da TV para abastecer seus perfis em redes sociais. E isso significa mudar a forma de se comunicar.
A nova estrutura implantada por Schroder não se trata apenas de um ajuste administrativo. Se trata de um conceito de transmídia. Para fortalecer a principal empresa das Organizações Globo foi preciso integrar plataformas. E quem sai ganhando é telespectador.
quinta-feira, 5 de setembro de 2013
