247 - Entre as 27 Assembleias Legislativas do Brasil, oposição só controla cinco. A conta desproporcional deve garantir aos governadores mandatos tranquilos, como já mostra o baixo número de CPIs instauradas na primeira metade dos mandatos.

É o que acontece no Mato Grosso do Sul, Roraima, Paraná, Goiás e Rio, que têm barrado a abertura de processos criminais contra seus governadores. No Paraná, na Bahia e em Minas, deputados desistem de colher assinaturas para criar comissões.

Em São Paulo, a bancada governista impediu o funcionamento das três comissões propostas em 2012 por não aliados a Geraldo Alckmin (PSDB).

Além disso, na lista de parlamentares que comandam as Assembleias pelo Brasil consta políticos com ficha suja ou com pendências na Justiça.

De acordo com apuração da Folha, José Geraldo Riva (PSD), em Mato Grosso, chegou a ser cassado, mas conseguiu voltar meses depois.

Chico Guerra (PSDB), reeleito para a Assembleia de Roraima, foi condenado pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região por participação no chamado "esquema dos gafanhotos", que desviou dos cofres estaduais R$ 200 milhões.

E Ricardo Marcelo (PEN), da Paraíba, teve a prestação de contas da sua campanha de 2006 rejeitada pelo Tribunal Regional Eleitoral local.

Em 2010 foi sancionada a Lei da Ficha Limpa com regras mais rígidas para participação de candidatos na disputa eleitoral - impede o político condenado por órgãos colegiados de disputar cargos eletivos. No entanto, ela só entrou em vigor no ano passado. Os parlamentares citados acima já estavam exercendo os cargos.