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sexta-feira, 18 de novembro de 2011
RIOVERDEMS | Por PORTAL RIOVERDE NOTICIAS

Metade dos brasileiros vive com R$ 375 por mês, aponta Censo 2010


Há violência e ainda muita desigualdade. Apesar dos avanços, das mudanças no perfil das famílias, o Censo 2010, divulgado pelo IBGE, revela desafios que o Brasil vai ter de enfrentar nos próximos anos.A concentração de renda ainda é muito grande. A renda dos 10% mais ricos do país é 39 vezes maior do que a dos 10% mais pobres. Os números do IBGE também revelam grandes mudanças no perfil das famílias brasileiras. Houve avanços, mas ainda há muita coisa para melhorar.O país ainda tem muita gente que não sabe ler ou escrever. São 14 milhões de pessoas. O bom sinal é o analfabetismo vem diminuindo. A pesquisa do IBGE mostra que, para quem tem mais de 15 anos, a queda foi de 13% para quase 10%. Entre as crianças de 10 anos, a redução foi de 11% para 6,5%.É uma população fácil do ponto de vista pedagógico de transformar em pessoas alfabetizadas, ao contrário dos mais idosos, que tem exigências maiores”, aponta a presidente do IBGE, Wasmália Bivar.Água potável já chega a 91% dos domicílios das áreas urbanas do país, mas um terço das residências não tem rede de coleta de esgoto. O IBGE fez também um levantamento inédito sobre os brasileiros que foram morar fora do país – pelo menos, 500 mil, a maioria mulheres entre 20 e 24 anos. Os Estados Unidos são o destino preferencial e depois Portugal, mas há brasileiros morando em 193 países.Entre as famílias, nesses últimos dez anos diminuíram os casamentos oficiais e aumentaram as uniões estáveis. A taxa de fecundidade nunca esteve tão baixa: menos de dois filhos por mulher.O IBGE mostrou que a distribuição de renda no país melhorou de 2000 para 2010, mas ainda produz uma grande desigualdade social. Metade da população brasileira vive com muita dificuldade: com apenas R$ 375 por mês.Vânia mora em São Luís, no Maranhão, e sustenta dois filhos com os R$ 134 que recebe do Bolsa Família. “Isso aí, graças a Deus, dá para me ajudar. Pouco ou muito, mas está dando para ajudar”, conta.
Para se ter uma ideia do nível de desigualdade revelado pelo Censo 2010, a faixa mais rica dos brasileiros tem renda inicial em R$ 15,3 mil. Eles representam apenas 0,16% da população. Um beneficiário do Bolsa Família como Vânia, que ganha R$ 130, teria de acumular o beneficio durante nove anos e meio para conquistar o que a faixa mais rica ganha em um mês.
No Brasil, os cidadãos classificados pelo IBGE como indígenas recebem em média R$ 345,91 por mês; os pardos, R$ 496,04; os de cor preta, R$ 539,96; os de cor amarela, R$ 994,22; e os de cor branca, R$ 1.020 por mês.
A pesquisa revela ainda que, apesar da ascensão das mulheres no mercado de trabalho, elas continuam ganhando menos que os homens. Enquanto o rendimento médio delas é de R$ 559,85, o dos homens chega a R$ 963,65.
“Acredito que o Brasil hoje é um país menos desigual. Nos últimos dez anos, reduziu-se o quadro de desigualdades tanto na questão dos rendimentos quanto na questão étnica. No entanto, ainda há muito por se fazer, porque o quadro ainda é de profunda desigualdade”, alerta Jefferson Mariano, analista econômico do IBGE.
A pesquisa também constatou que a figura do chefe de família já não é tão presente. Em um de cada três domicílios, a responsabilidade pela renda não é mais de uma única pessoa.
sexta-feira, 18 de novembro de 2011

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