Tribo indígena brasileira se manifesta contra ocupação da Shell
LONDRES - Uma tribo guarani da cidade de Caarapó, no Estado do Mato
Grosso do Sul, exigiu que a companhia petrolífera Shell deixe de
explorar suas terras para a produção de etanol, informou nesta
terça-feira, 6, em comunicado da organização defensora das comunidades
indígenas Survival International. "A Shell deve deixar nossa terra. A companhia não pode usar a terra
indígena. Queremos justiça, queremos que nossa terra seja demarcada e
protegida para nós", disse Ambrosio Vihalva, um guarani dessa
comunidade.
Segundo nota da organização, a Shell se uniu à companhia brasileira
de etanol Cosan em um negócio conjunto denominado Raizen. Parte do
etanol produzido pela Raizen, vendido como biocombustível, é produzido
com cana-de-açúcar de terras dos guaranis.
Em carta enviada, a tribo adverte que "desde que a fábrica começou a
operar, a saúde dos índios da comunidade acabou piorando, incluindo
crianças, adultos e animais".
Aparentemente, os produtos químicos utilizados nas plantações de cana-de-açúcar parecem causar diarreia nas crianças guaranis.
"Já não podemos encontrar os remédios que costumavam crescer na
floresta, pois as plantas morreram pelo veneno", acrescentam os
guaranis, afirmando que nunca deram nenhuma permissão à Shell para a
utilização da terra.
terça-feira, 6 de setembro de 2011