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quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018
RIOVERDEMS | Por PORTAL RIOVERDE NOTICIAS

As Machu Picchu que você não conhece


Há dois erros recorrentes entre os viajantes ao Peru. Acreditar que Machu Picchu é única. E confundir a história pré-colombiana do Peru com a dos incas. O império inca durou 100 anos, de 1438 até 1532, quando Pizarro prendeu Atahualpa em Cajamarca. Impossível em tão curto período de tempo aprender e desenvolver semelhantes técnicas construtivas, agrícolas e de organização territorial como demonstraram os quéchuas. Na realidade os incas só foram a ponta de um iceberg de mais de 5.000 anos de história nos quais sucessivos povos, dos paracas aos huaris, passando pelos mochicas, os chancas e os chimus foram acumulando conhecimento e sabedoria para domesticar um território tão vasto. Os incas herdaram esses conhecimentos e os melhoraram, mas digamos que o copyright não é completamente seu. Por isso há muitas machupicchus no Peru e nem todas feitas pelos incas. Estes são três sítios arqueológicos de suma importância que você também deveria conhecer:

Kuelap

Em março do ano passado o presidente Pedro Pablo Kuczynski inaugurou o primeiro teleférico do país. A infraestrutura – de 26 gôndolas – permite aos visitantes terem acesso em 20 minutos à cidadela de Kuelap, poupando-os de uma viagem de 32 quilômetros por estradas de chão que durava 90 minutos. Kuelap é a maior cidade conhecida da cultura chachapoyas, um povo que floresceu no alto da selva no que hoje é o departamento do Amazonas, entre o século VIII e o XVI. Ou seja, muito antes de os incas aparecerem. Foram grandes mestres da pedra e ergueram em uma colina alongada a 3.000 metros de altitude, no vale do rio Utcubamba, afluente do Amazonas, a incrível cidade-fortaleza de Kuelap. Logo na chegada impressiona a muralha de paralelepípedos de pedra calcária que rodeia todo o conjunto. Tem 20 metros de altura e se encontra em bom estado de conservação. Três estreitas passagens, pelas quais os soldados de um hipotético exército atacante teriam que passar de um em um, dão acesso ao interior.
Restos de moradias circulares da cidadela de Kuelap
Restos de moradias circulares da cidadela de Kuelap
Ali se estendem as estruturas de mais de 500 moradias circulares, além de torreões, observatórios astronômicos, restos de residências de sacerdotes e nobres e o templo Mayor, em forma de cone truncado e invertido. Kuelap esteve tomada pela selva até 1843, quando um funcionário enviado de Lima se deu conta de que aquela montanha de pedras era uma construção feita pelo ser humano.
Choquequirao em quéchua significa
Choquequirao em quéchua significa "berço de oro" SHUTTERSTOCK

Choquequirao

É chamada de irmã de Machu Picchu, e de fato não está muito longe dela. É de origem inca e se eleva em outra montanha selvática do departamento de Cusco, a 169 quilômetros da capital. Choquequirao, que em quéchua significa “berço de ouro”, foi um centro cultural e religioso. Provavelmente mais importante que Machu Picchu, só que esta última está agora escavada, acessível e colocada em evidência, enquanto que muitos segredos de Choquequirao estão ainda debaixo do mato. E mais importante ainda: não há estrada para chegar a ela: o único jeito é a pé ou em mula, totalizando 63 quilômetros (entre ida e volta) desde a aldeia de Cachora, um povoadinho colonial de casas de adobe na bacia do rio Apurimac. Essa inacessibilidade tem mantido Choquequirao à margem do frenesi do turismo e faz de sua visita uma verdadeira aventura, só para viajantes com ganas de sair de roteiros batidos. Funcionou como uma espécie de posto avançado entre a selva amazônica e a capital do império, Cusco.
É considerada também um dos últimos bastiões de resistência dos fiéis a Manco Inca quando os espanhóis sitiaram e tomaram Cusco em 1535. Restam evidências de lugares de culto, do complexo sistema de irrigação, de moradias para seus quase 10.000 habitantes e, como em Machu Picchu, dos patamares que serviam para cultivo e como suporte das edificações.
Templo Mayor de Chavín de Huantar
Templo Mayor de Chavín de Huantar SHUTTERSTOCK

Chavín de Huantar

Mil duzentos anos antes de Cristo – contemporânea, portanto, da Babilônia assíria e do Egito faraônico – cresceu nos Andes peruanos uma civilização considerada a mãe de todas as demais: Chavín. Seu poder se estendia de Lambayeque ao norte até Ayacucho e Ica, no sul (um território de mais de 1.500 quilômetros de longitude).
O Lanzón, ídolo talhado em pedra no interior de Chavín
O Lanzón, ídolo talhado em pedra no interior de Chavín SHUTTERSTOCK
As ruínas do que foi sua capital podem ser visitadas ainda nas proximidades de Chavín de Huantar, um povoado encantador da província de Huari, departamento de Áncash, na vertente leste da cordilheira Branca dos Andes, a 86 quilômetros de Huaraz. Para chegar lá é preciso percorrer a passagem de Kahuish, o segundo túnel de montanha mais alto do mundo, situado a 4.516 metros de altitude. O sítio arqueológico não é tão espetacular como Kuelap ou Choquequirao, mas o que impressiona é sua idade e a qualidade das estruturas. Observa-se muito bem a grande praça principal do conjunto e boa parte do templo Mayor, além de outras edificações menores.
Ao escavarem o templo Mayor apareceu um ídolo de cinco metros de altura talhado em pedra – o Lanzón – que depois de terminados os trabalhos foi deixado no mesmo lugar em que seus construtores o colocaram há mais de 3.200 anos. Chavín de Huantar não foi erguida em um vale de terras férteis, por isso se acredita que teve uma função de centro cerimonial e de peregrinação. Outra visita imperdível a esse outro Peru arqueológico que vai além de Machu Picchu e dos incas.
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